segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

[Dicas Android] Contatos não aparecem

Ultimamente tem ocorrido um problema em meus telefones celulares que rodam o sistema operacional Android. Falo no plural porque o fato vem se repetindo nos últimos três ou quatro aparelhos que usei.

Acontece que quando vou fazer uma ligação, para um número que sei que está nos meus contatos, ele simplesmente não aparece, o sistema informa que o número não existe. Mas eu sei que ele está salvo nos contatos da minha conta Google.

O que me deu certeza disso foi o fato de digitar manualmente o número e ele prontamente ser identificado pela memória do discador.

Imaginei o que poderia causar este problema, se era algo relacionado às contas Google que tenho associadas ao meu telefone, mas como tenho o hábito de salvar os contatos em apenas uma conta e que sincronizo os contatos apenas dessa conta, isso estava meio que eliminado.

Sem ter mais onde procurar, resolvi dar uma olhada no aplicativo WhatsApp e entrei na edição de um destes contatos que não aparecia na lista do discador, mas que estava aparecendo normalmente no WhatsApp. Na aba que mostra os grupos a que pertence aquele contato, estava marcado como iCloud, dos tempos em que eu usava Apple. Clicando nessa aba, apareceram outras opções, entre elas a primeira da lista, My Contacts. Ela estava desmarcada. Marquei e salvei a edição. Pronto, o número passou a aparecer na lista de contatos do discador.

Espero que tenha sido útil.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Ciclistas? Não, obrigado!

Tenho uma bronca pessoal com os ciclistas ideológicos, não com os que usam o veículo em falta de coisa mais confortável para seu transporte ao trabalho, escola ou lazer.

Advogam as vantagens e as maravilhas de usar o veículo de duas rodas de propulsão humana como forma de manter a saúde e ajudar na diminuição da poluição ambiental, bem como melhorar o tráfego nas cidades. Usam-na para seus exercícios, para deslocamentos a lazer ou mesmo, eventualmente, para ir ao trabalho. Geralmente modelos caros, tecnológicos, normalmente inacessíveis aos meros mortais. E as guardam como se fossem joias, fazem até seguro.

Reúnem-se em grupos de pedaladores e ocupam as ruas, desafiando e brandindo suas lanternas, garrafas d'água, apontadores laser, o que tiverem à mão, como forma de triunfo numa cruzada contra os automóveis, esses monstros metálicos, barulhentos e poluidores. Mas que a maioria tem em casa, modelos novos, caros e inacessíveis aos meros mortais. E dos quais não abrem mão nos dias de chuva, para ir ao cinema, restaurantes, festas, baladas. Afinal, quem quer chegar num lugar chique todo suado?

Como disse, nada tenho contra os trabalhadores ou estudantes pobres que fazem da bicicleta seu meio de transporte, para não ter que pagar passagem, chegando rápido ao trabalho ou à escola, por absoluta falta de opção, mesmo com tempo ruim. Esses pedalam sempre com educação, respeitando os motoristas, sabendo do risco a que se expõem na ausência de vias ciclisticas e, por isso mesmo, ocupando humildemente o lugar que lhes compete. Isso é submissão? É humilhante? Não, só se for na cabeça dos ideológicos. É apenas a noção de realidade que só a dificuldade dá.

Porque o ciclista ideológico sabe que pode embarcar no seu automóvel a qualquer momento em que a situação ficar difícil na rua, consolo que não tem o ciclista por necessidade. Aí fica fácil politizar o ato de andar de bicicleta.

Para encerrar e ilustrar o que escrevi até aqui, conto uma pequena passagem cotidiana ocorrida há alguns anos: estava passeando com minha filha de 15 anos, num carro antigo que conservo por saudosismo, quando me deparei com um imenso grupo de ciclistas ideológicos se deslocando pelas ruas da cidade, acompanhado de todo o aparato de segurança da empresa de trânsito. Numa dada rotatória, os ciclistas começaram a passar e os agentes de trânsito, também ciclistas, bloquearam a passagem de autos. Ao invés de alternaram bicicletas e automóveis, obrigaram estes a aguardar por cerca de 20 ou 30 minutos para que cada ciclista cruzasse em segurança a rotatória. Entre os carros havia particulares, táxis, veículos de entregas, motos, etc, que, num dado momento, passaram a exigir o seu direito de locomoção. Ao perceber a irritação dos condutores, ciclistas mal educados passaram a provocá-los com deboches e piadinhas, apontando lasers para o rosto dos motoristas, isso tudo mediante a apatia completas dos fiscais de trânsito em bicicletas. Receita para confusão. Alguns taxistas, preocupados com seu ganha pão, ponderaram aos guardas que permitissem a passagem de alguns automóveis, mas estes se mantiveram inertes e até desdenhosos. Como não houve ação por parte de quem deveria agir, os motoristas tomaram a frente e passaram a avançar sobre o fluxo de bicicletas, numa demonstração de quem pode mais. À mínima brecha na torrente de pedaladores, avançamos e cruzamos a rotatória, para raiva dos ciclistas e descontrole dos agentes.

Minha filha ficou muito assustada, pois o fato estava prestes a degringolar para a violência. Por pouco não ocorreu. Felizmente. Mas, eu garanto, que se qualquer um tentasse ou atentasse contra minha filha, ou contra mim, haveriam de se arrepender da decisão.

Este é o ponto a que chegamos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Trump, Temer e o Keko

Já faz algum tempo que não venho aqui. Falta de tempo, preguiça, etc. Mas falta de assunto é que não foi. Até tenho uns rabiscou pra publicar, mas os motivos acima não me permitiram.

O que quero tratar é da eleição do Republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, no dia 08/11, derrotando a Democrata Hillary Clinton, franca favorita nos vaticínios da grande mídia, a mesma que vende os Estados Unidos de Miami, Los Angeles e New York como sendo o padrão médio do cidadão americano.

Não vou entrar no mérito sobre as candidaturas. Quero analisar rapidamente é o comportamento do americano médio nessa eleição.

Vivemos num mundo onde os valores morais estão se invertendo a cada ano que passa. Os EUA não são imunes a este sentimento. Seus cidadãos são imperfeitos, suas instituições e valores estão abalados e caminhando para uma derrocada em breve.

Isso se verifica nas guinadas politicas à direita na Europa (brexit, Alemanha, França, etc), América Latina, Japão, entre outros.

As pessoas comuns estão cansadas da liberalidade e do cinismo de quem escolhem para governar. É uma sensação de "fazer graça pro diabo rir". As respostas começam a aparecer e a grande mídia finge que não sabia, alegando surpresa com os resultados da manifestação da vontade desta massa anônima, quieta no seu canto, mas antenada em tudo o que estão armando em sua volta.

Este é o verdadeiro ponto. Oportunistas históricos sabem se aproveitar dessa consciência oculta, alguns para o bem, outros nem tanto. A história já nos deu mostras disso.

Fiquem espertos, arautos da liberalidade e do socialismo, da vagabundagem e dos demais "ismos" que só incitam os descontentes. Eles são quietos, mas não são mudos.

That's all, folks!

sábado, 26 de março de 2016

É presidentA!

26/03/2016, 20:45, estacionamento da usina do gasômetro em Porto Alegre, noite chuvosa de sexta-feira santa, temperatura agradável para um gaúcho que vem sofrendo há meses com o calorão.
Saí de casa para tomar um ar fresco, espairecer a cabeça. Só noticia ruim na tv, na internet. Resolvi rodar um pouco, ouvindo música no carro, mas não muito, porque com a gasolina a quase quatro reais o litro, tem que cuidar.
E também não dá pra ir onde o pensamento gostaria, muita violência, não se pode parar em qualquer lugar.
Na margem iluminada do Guaiba fico olhando pra água até ser engolida pela escuridão. Johnny Cash conta como e porque matou Delia, a quem tanto amava. A cabeça vazia, os sentidos aguçados, afinal é noite e eu já disse que a coisa tá complicada na rua.
Do nada percebo um praticante de cooper (pelo menos era assim que chamávamos as pessoas que corriam), trotando em ritmo lento, a uns 150 metros, vindo da direção da Av. Ipiranga, vestindo agasalho escuro com capuz e calças justas, na minha direção. Fico alerta, levo a mão ao cabo da pistola; vai saber?
Conforme se aproxima, noto que deve ser uma mulher, pelo tamanho e formato do corpo. Alivio a pressão sobre a arma, mas a mantenho à mão.
A meio caminho surge outro corredor, vindo de outra direção, saído das sombras das árvores da Av. Mauá. Mas este não traja roupa de corrida, vem de abrigo e casacão, sem ritmo, afobado, parece um predador desajeitado e tenho a impressão que pretende interceptar a mulher.
Ela percebe e apressa o ritmo, olha pra trás, diminui o passo, parece querer voltar, mas nota o meu carro e volta a correr para mim.
O outro também me vê e imita a colega, aumentando a velocidade, mas suas roupas inadequadas e a falta de jeito o atrapalham, o que o deixa pra trás.
A mulher, agora a uns 50 metros, já removeu da cabeça o capuz e revelou o corte de cabelo curto, parece bem franzina e o pouco que consigo ver de sua fisionomia me parece familiar. 
Levo um susto, não pode ser! Tomo novamente a pistola, agora sabendo que terei que usá-la, acendo os faróis e começo a abrir a porta.
O outro corredor diminui, aumenta a distância entre nós e começa a fazer um arco, como que tentando nos flanquear, sem muita convicção.
Desço do carro, olho bem para ela e falo da maneira mais calma possivel: Senhora Presidente, sou policial, acalme-se que vou ajudá-la! O outro, ao me ouvir, interrompe a manobra e desaparece no escuro da praça. Ela pára a 10 metros de mim, ofegante, leva as mãos à cintura e fala, em tom de voz enérgico: É presidenta, seu polícia, presidenta!!

sexta-feira, 4 de março de 2016

O prédio caiu


Pequenos assassinatos

A que ponto chegamos.

Aposto que você já ouviu essa frase em algum lugar que frequenta, ou na conversa com um amigo, um parente, um vizinho. Ou até mesmo na TV, na voz de um ministro do Supremo.

O que nós estamos vivendo aqui neste momento guarda alguma semelhança com a “teoria da janela quebrada” (broken windows theory), que é o resultado de um estudo realizado por dois professores de Harvard - um cientista político e um psicólogo criminologista - mostrando que há relação de causalidade entre desordem e criminalidade.

Em resumo, a tese é a seguinte: se uma janela do apartamento de um prédio quebrar a não for consertada imediatamente, as pessoas são levadas a crer que aquele apartamento está abandonado, já que ninguém se importa com ele, e esse abandono incentiva depredações de outras janelas, mais atos de vandalismo e até invasão do prédio.

Ou seja: quem não se preocupa com pequenos atos de marginalidade acaba sendo cada vez mais tolerante com a criminalidade em todos os seus estágios. Até que ela se instale definitivamente.

A confusão entre pequenos e grandes crimes acaba provocando uma perda de referência por onde se infiltra e se instala esse vírus de amoralidade, essa anomia que destrói os nervos e que corrói a alma do país.

Achar graça numa estrela vermelha que a primeira dama instala no jardim do Palácio da Alvorada é o primeiro vidro da janela quebrada. Desconhecer o que significa a promiscuidade entre público e privado, entre governo e partido, entre governo e Estado, entre Estado e partido, pode parecer uma minúcia, uma ridicularia, mas não é. Pelo menos em países sérios não é.

Quebrado a primeira janela, passa-se a zombar dos pequenos delitos, como se eles não fossem a pura ressonância dos delitos maiores: ah, o pedalinho dos netos do ex-presidente, ah, a canoa baratinha da dona Marisa, ah, o elevador privativo do tríplex do Guarujá.

Quanta implicância desses coxinhas, como se fosse normal alguém receber benesses de empreiteiras que vivem de contratos públicos e como se fosse normal recusar-se a prestar depoimentos solicitados pela Justiça sobre eles.

Perdido o referencial daquilo que separa a bravata ideológica do crime puro e simples, acontece isto: um sindicalista de nome Armando Tripodi, que foi chefe de gabinete do presidente da Petrobras entre 2003 e 2012, nas gestões José Eduardo Dutra e José Sergio Gabrielli, publica no site oficial da Petrobras a confissão de um crime e nada acontece com ele. Talvez tenha até sido elogiado pelo companheiro-chefe.

Num depoimento ao site institucional “Memória Petrobras” ele conta que usou o dinheiro do imposto sindical para fazer campanha para o companheiro Lula, e narra, cheio de orgulho, todos os lances de seu heroico crime. É proibido por lei usar dinheiro do imposto sindical para campanhas políticas, mas quem se lixa?

Se a janela está quebrada, o prédio está abandonado e tudo é permitido.

Da janela quebrada ao pântano moral em que o País mergulhou, a distância é mínima. Princípios morais não têm peso, nem largura, nem altura, nem espessura. Ou existem ou não existem.

A delação premiada de Delcídio do Amaral mostra não apenas que a janela está quebrada. Mostra que o prédio já ruiu em cima do governo, e mesmo que ele sobreviva, está irremediavelmente ferido de morte.